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terça-feira, 3 de agosto de 2010

A Guerra Fria


Encerrada a Segunda Guerra Mundial, observamos que o colapso do totalitarismo abriu portas para que Estados Unidos e União Soviética tomassem frente à reorganização do cenário político internacional. Uma primeira demonstração da cisão entre esses dois blocos aparece na própria ocupação da Alemanha, onde os dois países citados disputam palmo a palmo o território germânico. Com a construção do muro de Berlim, presenciamos a materialização dessa disputa.
Mais do que duas nações, Estados Unidos e União Soviética representaram o antagonismo entre dois modos de organização da sociedade, da economia e das relações políticas. Sendo assim, a chamada “guerra fria” simboliza o enfrentamento dessas duas ideologias fomentadas pelo suporte ideológico dos valores de ordem socialista e capitalista. Além disso, devemos destacar que a “guerra fria” ganha esse nome por não observarmos um confronto direto entre soviéticos e norte-americanos.
Na verdade, ao longo dessa época, a Guerra Fria se desenvolveu através de ações governamentais pelos líderes de cada bloco, cada um interessado em expor a hegemonia do sistema que representava. Desse modo, filmes, cartazes, textos e outras manifestações são vistas como um modo de propagandear a visão de mundo de cada um dos blocos. Apesar de significativas, tais manifestações culturais não encerraram a questão do desenvolvimento da guerra fria.
Visando manter a hegemonia em suas áreas de interesse, os envolvidos na Guerra Fria montaram grandes planos de ajuda financeira para auxiliar as nações que sofreram os efeitos e perdas decorrentes da Segunda Guerra Mundial. Entre os norte-americanos, o Plano Marshall determinou o envio de dinheiro para nações da Europa Ocidental e do Continente Americano. Já na União Soviética, o Comecon estabelecia os mesmos objetivos com os países integrados ao socialismo.
Além de tais recursos, os blocos desse sistema bipolar se envolveram em questões políticas que estavam relacionadas a expansão e a retração do capitalismo ou do socialismo ao redor do mundo. Sendo assim, a guerra fria é marcada pela intervenção ou o auxílio militar de exércitos que defendiam o interesse ideológico do bloco que representavam. A Guerra da Coreia, a Revolução Chinesa, a Guerra do Vietnã e a própria Revolução Cubana expõem a ação capitalista e socialista em tal situação.
Nessas situações de conflito indireto, acontecia paralelamente uma corrida tecnológica e armamentista que também demarcou o auge dessa disputa. O desenvolvimento de armas nucleares, o anúncio de novas tecnologias de destruição, o aprimoramento de armamento militar, a ampliação de exércitos e até a exploração espacial figuravam nesse outro braço da disputa dos blocos. Sendo assim, a Guerra Fria determinou o gasto de quantias exorbitantes.
Por volta da década de 1970, observamos que essa tensão passou a se enfraquecer com a assinatura de acordos que estabeleciam a distensão da corrida armamentista. Logo em seguida, o colapso da economia soviética determinou a realização de mudanças estruturais na economia da grande nação socialista. Ao fim da década de 1980, a crise do socialismo soviético e a queda do Muro de Berlim demarcaram historicamente a desintegração do bloco socialista e o fim da Guerra Fria.

Por Rainer Sousa

Mestre em História

Era Vargas

ERA VARGAS (1930-1945)


A chamada Revolução de 1930 nada mais teria sido senão um golpe que deslocou do poder de Estado um setor da oligarquia brasileira, para dar lugar a um outro setor dessa mesma oligarquia.

Evidentemente que a Revolução de 1930 não poder ser comparada à Revolução francesa de 1789 ou à Revolução russa de 1917. Ela não foi programada para produzir imediatas e radicais mudanças na estrutura sócio - produtiva do país. Decorreu, sobretudo, do efeito dos limites a que chegou a política econômica de proteção do café ante à violenta crise do capitalismo mundial.

Assim vista, a Revolução de 1930 se inscreve na vaga de instabilidade política que tomou conta da América Latina na década de 30, a qual produziu grandes agitações e golpes militares. O que não significa dizer, no entanto, que a Revolução de 1930 não tenha sido importante para o nosso passado. Pelo contrário. A Revolução de 1930 foi decisiva para a mudança de rumos da história brasileira.

Ao afastar do poder os fazendeiros do café, que o vinham controlando desde o governo de Prudente de Morais, em 1894, pavimentou o caminho para uma significativa reorientação da política econômica do país.

Tendo cortado o cordão umbilical que unia o café às decisões governamentais atinentes ao conjunto da economia e da sociedade brasileiras, a Revolução ensejou uma dinamização das atividades industriais. Até 1930, os impulsos industrialistas derivavam do desempenho das exportações agrícolas.

A partir de 1930, a indústria passa a ser o setor mais prestigiado da economia, concorrendo para importantes mudanças na estrutura da sociedade. Intensifica-se o fluxo migratório do campo para os centros urbanos mais industrializados, notadamente São Paulo e Rio de Janeiro, que, adicionado ao crescimento vegetativo da população, proporciona uma maior oferta de mão-de-obra e o aumento do consumo.

Entre 1929 e 1937 a taxa de crescimento industrial foi da ordem de 50%, tendo-se verificado, no mesmo período, a criação de 12.232 novos estabelecimentos industriais no país.

Desse modo, independentemente das origens sociais e das motivações mais imediatas dos revolucionários, não há dúvida de que a Revolução de 1930 constituiu uma ruptura no processo histórico brasileiro.

Significado da era Vargas:

Getúlio implantou no país um novo estilo político - O POPULISMO - e um modelo econômico baseado no intervencionismo estatal objetivando desenvolver um capitalismo industrial nacional (processo de substituição de importações).

Populismo é um fenômeno típico da América Latina,durante o séc. XX,no momento de transição para estruturas econômicas mais modernas. Ele significa "política de massas", ou seja, política que utiliza as massas como elemento fundamental nas regras do jogo.

Caracteriza-se pelo contato direto da liderança e o povo. Através dele, Getúlio lutou contra as oligarquias, manteve o povo sob controle assumindo uma imagem paternalista e consolidou a indústria dentro de um esquema intervencionista.Não se tratava de povo no governo, mas de manipulação do povo para benefício do próprio líder carismático e das elites possuidoras.

Governo provisório (1930-34) - fatos marcantes:

A Revolução constitucionalista de SP (1932): a pretexto de democratizar e constitucionalizar o país, os cafeicultores de SP tentaram voltar ao poder. Foram duramente reprimidos. Vargas, numa atitude claramente populista, concilia-se com os vencidos: nomeia paulistas para cargos chaves e mantém a política de valorização do café.

A constituição de 1934: inspirada na constituição democrática de Weimar (Alemanha), a 3ª constituição brasileira foi promulgada com as seguintes características: federalismo, eleições diretas (a partir de 38 - até lá Vargas seria o presidente) e secretas, voto feminino, representação classista no congresso e leis sociais (salário mínimo e legalização dos sindicatos). Apesar dos avanços, ela não tocou na estrutura agrária e nem regulou as leis sociais o que impedia sua aplicação.
Governo constitucional (1934-37) - fatos marcantes:

A "intentona" comunista (1935): as contradições sociais aguçadas com o desenvolvimento industrial fortaleceram o partido comunista. O objetivo do PC era criar alianças com setores mais progressistas da sociedade por isso criou a Aliança Nacional Libertadora (ANL) com um programa nacionalista, antifascista e democrático.

Com a repressão de Vargas a ANL, os comunistas passaram a preparar uma insurreição armada. Devido a não participação popular, a intentona terminou em uma "quartelada" fracassada liderada por Prestes. Os dois anos que se seguiram foram marcados pelo fechamento político (estado de sítio) que prenunciava a ditadura que se iniciaria em 1937.

A ascensão da ideologia fascista: A ação integralista brasileira (AIB), liderada por Plínio Salgado, foi a expressão típica do modelo fascista no Brasil. Propunha o culto ao seu líder e uma retórica agressiva anticomunista e nacionalista. O integralismo apoiou entusiasticamente o Golpe de 37, no entanto, Vargas não dividiu os privilégios do poder com a AIB.

O plano COHEN: Em determinado momento, o governo anunciou ter descoberto um plano comunista subversivo e o utilizou para dar o golpe de estado em 1937 cancelando as eleições de 1938. Na verdade, o plano era falso e foi apenas o pretexto para a ditadura. Iniciava-se o ESTADO NOVO.

O Estado Novo (1937-45) - fatos marcantes:

A constituição de 1937 (a "polaca"):outorgada e fascista. Estabelecia que o presidente teria o poder nas mãos enquanto não se convocasse um plebiscito para aprová-la (o que não aconteceu).

A ditadura: os partidos foram suprimidos, o legislativo suspenso, a censura estabelecida pelo departamento de imprensa e propaganda (DIP), centralizaram-se as funções administrativas através do departamento de administração do serviço público (DASP), as liberdades civis deixaram de existir.

A economia: aprofundamento da industrialização através do processo de substituição de importações nos setores de bens de consumo não duráveis (tecidos e alimentos) e, principalmente, dos bens intermediários (metalurgia e siderurgia). O estado arcou com o ônus da industrialização numa demonstração de nacionalismo econômico: foram criados a vale do rio doce, a siderúrgica nacional e o conselho nacional de petróleo (nacionalização do refino, não a estatização).

A questão social: criou-se o salário mínimo (1940), a consolidação das leis trabalhistas (1943) e os sindicatos passaram a ser controlados pelo ministério do trabalho. Deixava-se claro a combinação entre paternalismo estatal e fascismo. O estado passava a controlar as relações entre capital e trabalho (CORPORATIVISMO).

A 2ª guerramundial e a queda de Vargas: até 1941, o Brasil manteve-se neutro na guerra com declarada simpatia pelos fascistas.

Em 1942, porém, a ajuda americana para construção da usina de Volta Redonda foi decisiva para que Vargas declarasse guerra ao EIXO. A contradição entre a política externa e a realidade interna do regime se torna patente forçando a abertura do regime.

A abertura aconteceu em 1945: Surgiram partidos políticos como a UDN (burguesia financeira urbana ligada ao capital estrangeiro), o PSD (oligarquias agrárias), o PTB (criado por Vargas - massas operárias citadinas), o PCB (intelectualidade).

Ao mesmo tempo, Getúlio adotava um discurso cada vez mais nacionalista e articulava o movimento QUEREMISTA, favorável a sua permanência nos cargo. Em 1945, o exército derrubou o presidente evitando o continuísmo.

domingo, 13 de junho de 2010

Dicas do Professor Alexandre

O professor Alexandre, que trabalha no colégio Cenecista de Eden, deu algumas dicas de materiais sobre a Segunda Guerra Mundial em seu blog, entre reportagens e filmes, acessem para conhecer o material. Abaixo os links necessários.

Segue abaixo um link que dá acesso a uma série de materiais, disponibilizados pela revista veja sobre a Segunda Guerra Mundial. Na página tem disponível: imagens, sons e vídeos. http://veja.abril.com.br/especiais_online/segunda_guerra/index_flash.html
Abaixo duas outras excelentes páginas sobre acontecimentos relacionados a Segunda Guerra Mundial
Sobre a bomba atômica.
http://oglobo.globo.com/mundo/bomba/
Para se divertir e aprender.
Desenho animado do Pato Donald feito em 1943 satirizando a Alemanha Nazista de Hitler
Venceu o Oscar de Melhor Curta metragem do mesmo ano.
http://www.youtube.com/watch?v=8wwulYlpKLY
APROVEITEM AS DICAS E BOM FIM DE SEMANA
Leia mais: http://ateliedehistoria.blogspot.com/2009/04/segunda-guerra-mundial.html#ixzz0qjgjkgn4
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sábado, 12 de junho de 2010

Artigo

Holocausto – campos de concentração e extermínios.


Holocausto ou Shoah (palavra hebraica que significa, literalmente, “destruição, ruína, catástrofe”) é o termo utilizado para denominar o fenômeno de destruição sistemática – perseguição, exclusão sócio-econômica, expropriação, trabalho forçado, tortura, ghetoização e extermínio de seis milhões de judeus da Alemanha e da Europa ocupada entre 1933 e 1945 pelo regime nacional-socialista, desempenhando o aprimoramento da técnica a favor do assassinato em massa um papel importante na dimensão e eficiência do extermínio. Essas seis milhões de vítimas representavam 65% da população judaica européia da época e 30% da população judaica no mundo. O Holocausto tornou-se o símbolo representativo da barbárie do século XX.
A palavra holocausto tem origem grega (‘holókauston’) e conotação bíblica, significa “sacrifício em que a vítima é queimada viva”, ou “sacrifício pelo fogo”. Foi usada na tradução grega da Bíblia para a palavra hebraica oleh, que designa um tipo de sacrifício dedicado a Deus, apresentando o mesmo significado entre os antigos hebreus. Pela sua significação, a palavra Holocausto é considerada inapropriada, mas ela adquiriu na historiografia e na literatura o sentido histórico expresso por Shoah. Nas últimas décadas o termo Shoah tem sido mais utilizado, em especial em decorrência do famoso documentário Shoah de Claude Lanzman, de 1985. A historiografia também utiliza o termo “Auschwitz” para expressar o fenômeno do Holocausto, por Auschwitz ter sido o maior campo de assassinato em escala industrial e das demais atrocidades do nazismo.
O Holocausto foi um processo que evoluiu por etapas, mas não é um processo linear: primeiro definiu-se quem eram os judeus; em seguida eles foram excluídos econômica e socialmente, expropriados, confinados em campos de concentração e guetos, deportados e assassinados. As mortes ocorriam de formas diversas: por fome, doença, fuzilamento, tortura ou uso de gás. De acordo com historiadores como Götz Aly, Wolfgang Benz e Hans Mommsen, a perseguição aos judeus ocorreu em quatro etapas. A primeira (1933 a 1935) foi a da discriminação e início da exclusão da vida pública, com medidas como proibição do exercício de profissões liberais, de freqüência a escolas e universidades e de boicote contra lojas judaicas. A segunda fase compreende os anos de 1935 a 1938: isolamento e degradação, que se inicia com as Leis de Nuremberg, segundo as quais os judeus deixavam se ser considerados cidadãos e eram proibidos de se casar com “arianos”, sob pena de morte. Na terceira fase, de 1938 a 1941, iniciada a partir da “Noite dos Criastais Quebrados”, o primeiro pogrom do século XX, e marca o início da violência física em massa contra os judeus e da deportação para os campos de concentração. 30 mil judeus alemães e austríacos foram presos e deportados a campos de concentração pela Gestapo. Nesse momento, os judeus foram completamente banidos da vida econômica na Alemanha. As propriedades judaicas foram colocadas em contas e confiscadas pelo Estado. Nesse período, eclode a Segunda Guerra Mundial, a expansão do “espaço vital” da Alemanha nazista, o aumento das vítimas, dos campos, e se inicia o confinamento em guetos dos judeus. A quarta e última fase, de 1941 a 1945, é a da “Solução Final da Questão Judaica” – ou seja, do extermínio em massa pelas Einsatzgruppen(“operações móveis de assassinato”, um comando da SS, as Schutzstaffel, tropas de defesa) e nos campos de extermínio, todos localizados na Polônia, país onde se encontrava a maior concentração populacional judaica da Europa. Os campos de extermínio eram Sobibor, Treblinka, Chelmno, Auschwitz e Majdanek, sendo estes dois últimos também campos simultaneamente de concentração, trabalho forçado e extermínio. Há autores que também consideram o campo de Jasenovac, na Croácia, como campo de extermínio.
Mais recentemente, a historiografia também inclui as demais vítimas do nazismo no conceito de Holocausto: 1,5 milhão de opositores políticos (sobretudo comunistas e social-democratas), 3 milhões de prisioneiros de guerra, 20 milhões de russos (centenas desses incluídos na categoria de inimigos políticos e prisioneiros de guerra), 600 mil sérvios, 500 mil sinti e roma (“ciganos”), 200 mil poloneses, 200 mil maçons, 70 mil deficientes físicos e mentais, 15 mil homossexuais, 5 mil testemunhas de Jeová, além dos denominados “a-sociais” e dos negros. Utilizamos aqui o termo “sinti e roma” (“Sinti und Roma”), porque o termo “cigano” (“Zigeuner”) tornou-se pejorativo e, por isso, a historiografia utiliza os termos “sinti” e “roma”, os dois maiores grupos de ciganos da Europa, sendo o primeiro, “sinti”, o de ciganos não-nômados (estabelecidos na Alemanha há seis séculos) e o segundo, “roma”, de ciganos nômades, cuja maioria tem crença católica.
Há diferenças entre as políticas nazistas direcionadas aos diferentes grupos de vítimas. Houve uma política de extermínio total contra os judeus, sinti e roma, eufemisticamente denominada de “Solução Final da Questão Judaica” (“Endloesung der Judenfrage”) e “Solução Final da Questão Cigana” (“Endloesung der Roma und Sinti Frage”), respectivamente Os eslavos fizeram parte da política de extermínio, mas não do extermínio total (como o caso de judeus e sinti e roma): eslavos deveriam também sobreviver, para se tornarem escravos do Estado nazista. Os judeus, sinti, roma e eslavos foram vítimas do programa de “extermínio pelo trabalho” (“Vernichtung durch Arbeit”). Os judeus, os sinti e os roma foram vítimas de experimentos médicos. Nos guetos foram confinados em grande parte os judeus, mas em alguns deles também sinti e roma, e os guetos faziam parte do extermínio deliberado – por fome, doenças ou exaustão – desses seres humanos.
Os sinti e roma foram internados em campos de concentração já em junho de 1936 (campo de ciganos Marzahn, em Berlin e no mesmo ano, no campo de Dachau). A 16 de dezembro de 1942 é emitida uma ordem para deportar todos os sinti e roma para Auschwitz, iniciando a implementação da “Solução da Questão Cigana”. Em conseqüência da similariedade das políticas contra judeus, sinti e roma, a historiografia cunhou recentemente o termo em romani (a língua dos sinti e roma) “Porajmos” (que significa “devorar”), para definir a política de perseguição, exclusão, trabalho forçado, tortura, ghetoização e extermínio sofrida por esse grupo social.
As primeiras vítimas da perseguição e do encarceramento dos nazistas foram alemães opositores do regime, em especial comunistas, social-democratas e sindicalistas, internados em campos de concentração já em março de 1933 (campo de Dachau).  A partir de 1936, iniciou-se o aprisionamento de homossexuais, testemunhas de Jehová, alguns cristãos e os denominados “a-sociais, que eram um grupo bem heterogêneo: deficientes físicos e mentais, desempregados, sem-teto, criminosos, delinqüentes, prostitutas e assim denominados por não se encaixarem na imagem da comunidade alemã nazista,
Já em novembro de 1933, os primeiros testemunhas-de-jeová foram presos e em 1935, seu culto é proibido. Testemunha-de-Jeová é uma seita religiosa cristã, cuja doutrina se baseia na segunda vinda de Jesus, sua doutrina é contrária ao serviço militar e a símbolos nacionais. Os testemunhas-de-Jeová se recusam a servir ao exército, votar e a fazer a saudação “Heil Hitler”. Muitos seguidores passaram a ser internados em campos de reeducação e de concentração, em ondas de aprisionamentos em 1936, 1937, 1939 e 1944, onde ficavam separados dos demais grupos. Os nazistas lhes ofereciam a liberdade, se renunciassem às suas crenças, mas nenhum deles o fez. Eles também se negaram a fugir e a realizar resistência ativa.
Os homossexuais alemães e austríacos (e não da Europa inteira) foram vítimas do nazismo, por o homossexualismo ser condenado pelo nazismo como uma “aberração” e contradizer o princípio fundamental da “raça ariana pura”. Discriminados, eles passaram a ser internados em campos de concentração já em 1936.
Os negros foram discriminados desde o início do regime nazista, porque considerados como inferiores e perigosos para a “raça ariana”. A esterilização dos filhos de descentendes de negros na Alemanha foi decidida no início de 1937. Tratava-se dos filhos de soldados franceses e norte-americanos com mulheres alemãs, os assim denominados “bastardos de Rheinland” (“Rheinlandbastarden”), soldados do período da ocupação de Rheinland, descendentes de negros. Aproximadamente 400 dessas crianças e adolescentes foram esterilizados à força. A política racista estendeu-se também aos negros das colônias africanas alemãs depois da invasão da Alemanha à URSS, a partir de quando também passaram a ser perseguidos.
O Programa de “Eutanásia”, também denominado de Operação T4, foi o nome do programa de “eliminação da vida que não merece ser vivida” (“Umwaentiges Leben”), que os nazistas utilizaram para referir-se eufemisticamente ao assassinato de deficientes físicos e mentais e de anciãos. A Operação T4 foi iniciada com o processo de esterilização, da qual também filhos de negros foram incluídos. Depois da eclosão da Segunda Guerra Mundial, na passagem de 1939 a 1940, clínicas psiquiátricas tornaram-se centros de eutanásia, onde médicos decidiam aqueles que seriam assassinados e, juntamente com enfermeiros, assassinavam as vítimas com gás Zyklon B (cianuro de Hidrogeno), extremamente venenoso e que seria posteriormente utilizado nas câmaras de gás dos campos de extermínio. Em decorrência de protestos da população, a Operação T4 passou a ser legalmente encoberto pelo regime em abril de 1940 e a ser continuado secretamente em seis centros de “Eutanásia” instalados e localizados no território do Reich Alemão (Alemanha e Áustria anexada): Brandenburg/Havel, Grafeneck, Sonnenstein, Bernburg, Hadamar, Grafeneck, Hartheim. Mais de 70 mil deficientes e anciãos foram assassinados por esses programa e em seus centros foram também assassinados prisioneiros de campos de concentração de Dachau e Mauthausen
Fonte: rumoatolerancia.fflch.usp.br/

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Imagens da Segunda Guerra Mundial

A Segunda Guerra Mundial pode ser entendida como resultante da necessidade que algumas potências capitalistas sentiram de redefinir a ordem mundial e redividir os mercados. A necessidade de uma nova partilha pode ser entendida como um reflexo dos acordos firmados pelos aliados no Tratado de Versalhes. Para a Alemanha, a Itália e o Japão, era necessário rever essa situação. As relações internacionais, durante a década de 1930, ficavam cada vez mais tensas, premeditando o grande conflito que estaria por vir.
A Segunda Guerra Mundial foi um conflito armado, ocorrido entre os anos de 1939 e 1945. As forças do Eixo (Alemanha, Japão e Itália) enfrentaram os Aliados (Inglaterra, França, EUA, União Soviética entre outros). Com uma idéia expansionista, Hitler começou o conflito ao invadir a Polônia em 1939. Era só o início de uma guerra que mataria milhões de pessoa e arrasaria cidades, indústrias e campos. O Brasil também participou do conflito, enviado tropas para Monte Castelo, onde os pracinhas da FEB (Força Expedicionária Brasileira) enfrentaram de forma vitoriosa os soldados italianos e alemães. A Guerra terminou com a derrota da Alemanha em 1945 e com as bombas atômicas lançadas pelos EUA sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.







sábado, 5 de junho de 2010

Olimpíada Nacional de História

Vem aí a 2ª Olimpíada Nacional em História do Brasil


Estimular o conhecimento e o estudo, despertando talentos e aptidões.

O Museu Exploratório de Ciências (MC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) recebe a partir da próxima terça-feira (1/06), em sua página na internet, as inscrições para a 2ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB). Composta por cinco fases online e uma presencial, a competição envolve professores e alunos na resolução dos problemas propostos.

A primeira fase da competição começa em 19 de agosto, Dia Nacional do Historiador, data que celebra o nascimento e o centenário da morte do jornalista e historiador, Joaquim Nabuco.

Poderão participar estudantes regularmente matriculados no 8º e 9º anos do ensino fundamental e demais séries do ensino médio, de escolas públicas e privadas de todo o Brasil. Para orientar a equipe, composta por três estudantes, é obrigatória a participação de um professor de história.

O formulário de inscrição e o boleto para pagamento estarão disponíveis no site do MC até o dia 6 de agosto. A taxa de inscrição é de 15 reais para as equipes de escolas públicas e 35 reais para as equipes das escolas particulares. O valor da inscrição corresponde à inscrição de todos os membros da equipe.

Como em 2009, o MC custeará com o apoio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e da empresa Azul Linhas Aéreas Brasileiras, a vinda de uma equipe de cada estado brasileiro para participar da fase presencial. Após a final da Olimpíada, os professores responsáveis por essas equipes permanecerão na Unicamp para realizar capacitação de uma semana.

A ONHB premiará escolas, alunos e professores, com medalhas de ouro, prata e bronze e certificados de participação. A escola receberá doação de livros para o acervo da biblioteca e a assinatura da Revista de História da Biblioteca Nacional por um ano.

Sobre

A 2ª Olimpíada Nacional em História do Brasil é uma iniciativa do Museu Exploratório de Ciências da Unicamp. O evento é patrocinado pelo CNPq e tem o apoio da Revista de História da Biblioteca Nacional. A 1ª edição, realizada em 2009, inscreveu mais de 15 mil participantes e reuniu cerca de duas mil pessoas na final presencial, realizada na Unicamp, nos dias 12 e 13 de dezembro.

A ONHB é concebida e elaborada por historiadores e professores de história do MC e da Unicamp. Como proposta, os participantes têm a oportunidade de trabalhar com temas fundamentais da história nacional e de conhecer de perto as práticas e metodologias utilizadas pelos historiadores.

CALENDÁRIO



Inscrições 1/06 a 6/08

Fase 1 19/08

Fase 2 26/08

Fase 3 2/09

Fase 4 9/09

Fase 5 16/09

Fase 6 23 e 24/10













Leia mais: http://ateliedehistoria.blogspot.com/2010/06/2-olimpiada-nacional-em-historia-

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Algumas imagens do Fascismo



O fascismo teve sua origem na Itália com Benito Mussolini, mas ocorreu sua disseminação na Alemanha (Adolf Hitler com o nazismo), na Espanha (Francisco Franco com o franquismo) e em Portugal (Salazar com o salazarismo). Todos possuíam basicamente as mesmas características já discutidas em sala, abaixo algumas fotos e desenhos dos regimes fascistas.







                                                      
 
 
 
 

domingo, 30 de maio de 2010

O Plano Dawes (Reestruturação econômica pós-1ª Guerra)

Charles Gates Dawes
(Financista norte-americano)
27-8-1865, Marietta, Ohio
23-4-1951, Evanston, Illinois

Dawes foi responsável pela política de mudanças sob a administração do presidente William McKinley (1897-1901), general de brigada na Primeira Guerra Mundial e responsável pelo gabinete do Orçamento, entre 1921 e 1922, do governo de Warren G. Harding. Como presidente de uma comissão internacional, elaborou as bases para o Plano Dawes, um acordo estabelecido em 1924 que regulamentava o pagamento de reparações por parte da Alemanha (de mil a dois bilhões de marcos alemães anuais), concedendo-lhe, por outro lado, um crédito de 800 milhões como apoio a sua moeda. Em 1928, o acordo foi substituído pelo Plano Young. Como político republicano, foi vice-presidente dos EUA, de 1925 a 1929, sob o governo de Calvin Coolidge, e em 1929 foi nomeado embaixador em Londres. A partir de 1933, ocupou o cargo de presidente do City National Bank, em Chicago. Por seus méritos na regulamentação da questão das reparações, recebeu em 1925 (em conjunto com Joseph Chamberlain) o Prêmio Nobel da Paz.

Imagens da Crise de 1929 nos Estados Unidos



sábado, 22 de maio de 2010

Exercícios sobre a Revolução Russa

REVOLUÇÃO RUSSA


1- O período que antecedeu a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) mostrou um panorama de crise, evidenciado pela força dos movimentos sociais liberais, socialistas e anarquistas, em decorrência dos primeiros sinais de fracasso da expansão imperialista.

Tais sinais foram expressivos na Rússia dos czares, onde provocaram o avanço das desigualdades e a eclosão de movimentos grevistas, como o de 1905, que prenunciavam a revolução.

Esse clima na Rússia decorreu, de vários fatores. Destaque os mais importantes.



2- Assinale a linha de tempo que contém a sequência cronológica correta dos fatos pertinentes ao processo histórico da Revolução Soviética e da União Soviética.

a) Perestróika - Planos Qüinqüenais - XX Congresso do PCUS - Comunismo de Guerra - NEP

b) Revolução de Outubro - Processos de Moscou - Planos Qüinqüenais - Guerra Civil - NEP

c) Comunismo de Guerra - Processos de Moscou - Revolução de Outubro - Guerra Civil - Glasnost

d) Revolução de Outubro - Comunismo de Guerra - Glasnost - XX Congresso do PCUS - Planos Qüinqüenais

e) Guerra Civil - NEP - Processos de Moscou - XX Congresso do PCUS – Perestroika



3- O retorno a uma semi-economia de mercado provocou o reaparecimento da moeda e, durante o ano de 1921, renasceu o mercado propriamente dito. A desnacionalização de empresas começou respectivamente pelo pequeno e grande comércio, atingindo, mais tarde, a indústria leve. As cooperativas foram devolvidas aos seus antigos acionistas e, no final do ano, permaneciam nas mãos do Estado apenas os setores economicamente estratégicos, o crédito e a indústria pesada. (Martin Malia. Entender a Revolução Russa.)

a) Estabeleça a importância da NEP dentro do contexto socialista implantada por Lênin.

b) O que eram os 'soviets' e qual o seu papel no processo revolucionário?



4 – Observe a charge abaixo:






Lenin limpa a Rússia czarista. charge, 1919.



Responda:

a) Quais são as classes retratadas na charge?

b) Quais foram as primeiras medidas tomadas pelos bolcheviques no novo governo?

Exercícios Crise de 1929

1 - Sobre a "Crise de 1929", assinale o que for correto:
(A) Iniciou nos Estados Unidos e se alastrou por todo o mundo devido à interdependência entre a economia americana e a de numerosos outros países, principalmente aqueles que recebiam empréstimos americanos.

(B)Apesar da queda da Bolsa de Nova York, o capital financeiro não foi atingido pela crise. A venda de ações foi mantida impedindo a falência de investidores e bancos.

(C) Apesar de seu afastamento da economia capitalista, a União Soviética também foi afetada pela crise de 1929.

(D)Foi provocada sobretudo pela insistência norte-americana em manter o ritmo de produção da época da guerra, quando abastecia os países em luta com alimentos, manufaturas e combustível. Finda a guerra, os europeus recuperaram sua capacidade de produção e o mercado norte-americano ficou saturado.

(E)O Partido Republicano perdeu as eleições para os democratas, que elegeram, como presidente, Franklin Roosevelt, que propôs o New Deal para recuperar a economia do país



2 - No período entre-guerras (1919-1939), as dificuldades econômicas e sociais geradas pela crise do capitalismo, somadas às conseqüências da Revolução Russa de 1917, constituíram o quadro em que se revelaremos descontentamentos com a situação vigente. Nessa época o capitalismo foi questionado, variando, contudo, as interpretações quanto às soluções a serem adotadas; a fascista e a socialista. Porém, ambas tinham em comum a oposição:

(a) Ao Estado liberal;

(b) Ao Nacionalismo;

(c) À classe operária;

(d) À social-democracia;

(e) Ao Estado Intervencionista.

3 - A solução americana para a crise de 1929 caracteriza-se como:

(a) O processo de busca de alternativas socialistas para a crise do capitalismo com a mudança de regime político.

(b) O resultado das pressões comunistas sobre o governo americano, que acaba assumindo, como política, a eliminação dos interesse privados na economia.

(c) O resultado da insatisfação da sociedade americana com relação aos princípios liberais assumidos pelos partidos de esquerda que se vinculavam ao governo.

(d) A introdução, na cultura americana, de valores europeus através da incorporação de tecnologia à economia americana e de alternativas de seguridade total.

(e) Uma saída nacional que acentua o papel dirigente do Estado em determinados setores econômicos, conhecida como “New Deal”.

  4 -  (Unitau-SP) O crack da Bolsa de valores de Nova Iorque, em outubro de 1929, além de colocar os
Estados Unidos numa situação de calamidade, arrastou consigo quase todos os países do mundo
Apenas um país europeu não foi diretamente afetado pela crise:

a. Itália

b. Inglaterra

c. França

d. Alemanha

e. União Soviética
 
Gabarito das questões:
1 - A
2 - A
3 - E
4 - E

A Crise de 1929

A Crise de 1929 - Interpretações


A Crise de 1929

A Crise de 1929 estourou nos Estados Unidos com o crack da bolsa de Nova York e depois assolou praticamente todo o mundo ocidental numa crise econômica considerada como a maior desde o advento da Primeira Revolução Industrial, no final do século XVIII, ocorrida na Inglaterra.

A historiografia acerca do tema divide-se basicamente em duas vertentes que procuram explicar, cada um a sua maneira, os fatores desencadeadores desta crise econômica nos Estados Unidos e sua repercussão mundial. A primeira seria a linha marxista e a segunda a linha liberal. Ressalta-se que a explicação liberal encontra dois caminhos distintos: uma vertente segue o caminho de explicação da Crise de 1929 como uma crise agrária e outra como uma crise financeira.

A corrente marxista entende que a Crise de 1929 só foi possível devido à superexploração do mercado consumidor. Ou seja, o mercado consumidor foi tão explorado, com baixos salários e instabilidade no emprego, que chegou um momento que seu poder de compra não foi suficiente para suprir a demanda. A concentração de renda chegou a um ponto insuportável.

A corrente dos liberais entende que a crise econômica dos Estados Unidos tornou-se mundial na medida em que este país era um dos principais compradores e financiadores mundiais. No entanto, para uns a crise nos EUA iniciou-se em meados de 1925, com uma crise de superprodução agrária. Esta linha irá argumentar que o aumento da produtividade agrária norte-americana, para suprir os países mergulhados na Primeira Guerra Mundial (1914-1919), estimulou o setor financeiro. Terminada esta guerra a produção norte-americana se mantém, mas os países europeus iniciam uma recuperação e já não compram a mesma quantidade que obtinham durante a Primeira Guerra. Esta situação gerou a superprodução. Com isso, o setor agrário não pôde pagar os empréstimos tomados no setor financeiro, o que arrastou este último para a crise – desembocada na Bolsa de Valores.Para outros, da mesma corrente dos liberais, o que ocorreu foi uma crise financeira. Esta linha desenvolve a idéia de que o setor financeiro, na ocasião da Primeira Guerra Mundial, retirou os investimentos que havia na Europa e, com receio de perder capitais, o investiram em massa nos Estados Unidos, sobretudo na Bolsa de Valores. Com o fim desta guerra, estes investidores se apressaram em retirar seus capitais na Bolsa de Valores para investir novamente na Europa. Esta situação provocou um verdadeiro colapso no sistema financeiro norte-americano e, em seguida, como conseqüência das inter-relações do sistema capitalista, mundial.

Expostas as três formas de se olhar o colapso econômico norte-americano e, a reboque, mundial, iremos analisar os pontos principais desta chamada Crise de 1929.

As crises econômicas são vistas de forma diferente conforme o referencial teórico. Para os marxistas, as depressões econômicas evidenciavam que o sistema capitalista chegaria a um estágio em que tais crises o ruiriam, demonstrando suas contradições, a ponto de o fazer desmoronar enquanto sistema. No entanto, para o liberalismo clássico, fundamentado por Adam Smith e Davi Ricardo, tais crises eram "normais" e até bem vindas, pois mostravam o poder de transformação que o capitalismo possuía. Nestas crises econômicas, os menos preparados caíam. Sobravam, contudo, os mais capacitados.

O contexto histórico em que se passa a Crise de 1929 evidencia que esta, no entanto, não pode ser considerada uma crise comum, "normal". Os países recém saídos da Primeira Guerra Mundial não conseguem retomar as cifras econômicas anteriores a guerra. Além disso, o capitalismo havia avançado nos grandes países industrializados. Esta situação provocou uma inter-relação entre estes países capitalistas considerados "centrais". Por outro lado, os países periféricos, como os da América Latina, sobreviviam basicamente das exportações a estes países mais desenvolvidos economicamente. Esta rede de dependências mútuas fez com que uma crise econômica norte-americana tornasse proporções mundiais. Somente a União Soviética não foi afetada com tal crise, exatamente porque ela não fazia parte desta rede de relações capitalistas, pois neste país havia um Estado Socialista.

Outros aspectos são indicados para se compreender a Crise de 1929. O Tratado de Versalhes, elaborado após a Primeira Guerra Mundial, impôs à Alemanha o pagamento de indenizações por ser considerada a "culpada" pela guerra. A crise econômica que se instalou na Alemanha com estas imposições, dentre outras, provocou um clima de instabilidade na Europa, uma vez que a este país era uma das principais economias neste momento.

A crise de desemprego que assolou o mundo após a Primeira guerra mundial nos ajuda a entender a perspectiva marxista de que havia um subconsumo. Além do desemprego, os baixos salários (que podem ser conseqüência deste quadro) e a falta de estabilidade no emprego e numa futura aposentadoria levavam à um grande queda de consumo. Outro aspecto ímpar da Crise de 1929 é seu caráter universal, pois afetou todos os setores da economia e todas as camadas da sociedade. Os países capitalistas centrais diminuem drasticamente suas importações, ocasionando crises terríveis nos países exportadores. A falta de créditos no mercado piora ainda mais este quadro.

Um acontecimento de tal amplitude não poderia deixar de repercutir na política dos países afetados. O liberalismo clássico entrou em crise. Os países atingidos trataram de intervir na economia para tentar salvar o que restara. O exemplo mais conhecido é o New Deal, nos Estados Unidos, posta à frente por seu presidente Franklin D. Roosevelt (1933-45). Um economista defendeu a idéia de que a crise era um problema de má distribuição da riqueza. Segundo John Maynard Keynes (1883-1946), os governos deveriam garantir que as camadas populares possuíssem meios de sobrevivência e consumo, para garantir o desenvolvimento do sistema capitalista. Além disso, as idéiasdeste teórico britânico foram bem aceitas pelos governos devido ao seu aspecto político-social. Ou seja, desenvolvendo medidas de proteção ao trabalhador (salário-mínimo e seguro-desemprego, por exemplo) estes governos impediam, conseqüentemente, a eclosão de revoltas em massa decorrente da caótica situação econômica.

Outro aspecto político discutido é em relação aos regimes fascistas. Alguns estudiosos afirmam que a crise econômica foi a grande responsável pela ascensão destes regimes totalitários. Argumenta-se que nos momentos de crise econômica, o surgimento de idéias autoritárias ganha força, ainda mais num colapso das proporções da ocorrida em 1929. No entanto, como bem mostra o historiador Eric Hobsbawn, as origens da ideologia fascista remonta à um outro quadro. Seguindo a linha de raciocínio estabelecida por este estudioso, aascensão do fascismo após a Primeira Guerra Mundial foi uma resposta ao perigo real da eclosão das massas trabalhadoras, e à Revolução Russa (a de Outubro de 1917, onde se levantou uma opção ao sistema liberal capitalista vigente). Por fim, existe uma outra vertente para o surgimento dos regimes fascistas. Este seria um modelo político erguido num momento específico de "vazio hegemônico". Ou seja, na década de 1920 e 1930, não haveria um segmento da sociedade com condições de estabelecer a hegemonia de seu projeto político. Neste momento, então, surge a figura de um líder que "toma pra si" a responsabilidade política de desenvolver a nação. Estas são, grosso modo, as linhas gerais que introduzem a discussão acerca do fascismo. Mas isso será objeto futuro. Quanto à Crise de 1929, esperamos ter abordado seus aspectos mais importantes.

Bibliografia consultada:

CROUZET, Maurice. História Geral das Civilizações: A Época Contemporânea.

HOBSBAWN, Eric. Era dos Extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

FONTE:

http://www.webartigos.com/articles/14705/1/A-Crise-de-1929---Interpretacoes-/pagina1.html

A Revolução Russa

A História da Revolução Russa








Poster mostrando a Revolução Russa em 1917



Esquema



1) Rússia Czarista

- Economia atrasada (baseada em 80% agricultura)

- Pobreza e miséria no campo

- Péssima distribuição de renda = desigualdade social

- Governo absolutista do Czar Nicolau II

- Domingo Sangrento: repressão do czar ao movimento popular (1905)



2) A Rússia na 1a Guerra

- fracasso, prejuízos e insatisfação popular



3) Greves, motins e manifestações

- O Czar Nicolau cai em 1917



4) Revolução de Outubro de 1917



- Lênin no poder da Rússia

- “ paz, terra, pão e liberdade”

- implantação do socialismo à divisão de terras, fábricas controladas por operários, bancos nacionalizados

- saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial em 1918



5) Formação da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas)

- potência econômica e militar

- Melhorias nas condições de vida

- Falta de democracia e repressão do PC

quinta-feira, 4 de março de 2010

Boas vindas

Olá alunos e alunas
espero que vocês apreciem este espaço de troca, atividades e lazer. Esse blog será de construção coletiva. Acertos, erros e contribuições. Aproveitem. Um abraço
Professora Ana Paula

O Conceito de História

 Conceitos de HistóriaConceituar é tarefa difícil, senão impossível.
Toda conceituação é incompleta, imperfeita. Condensar em poucas palavras todo o conteúdo de idéias de um objeto ou de coisa torna-se tarefa, já dissemos, quase impossível. Todo conceito sofre limitações na essência e/ou na forma.
Por isso, ao iniciar o nosso estudo de história, achamos por bem trazer para debate os conceitos de História, elaborados por vários historiadores. Teremos a oportunidade de discutir e questionar esses conceitos e, talvez possamos dizer qual o conceito que melhor expressa a realidade histórica ou ainda, se for o caso, elaborar nossa própria conceituação da História.
Eis os conceitos:
1 - "A história é uma pesquisa que nos ensina o que o homem fez, portanto, o que é o homem." (Collinwood).
2 - "O objetivo da História é por natureza o homem." (Marc Bloch)
3 - "A história está para a humanidade assim como a memória está para o indivíduo, é a memória coletiva." (Piancantol)
4 - "A história é um profeta com o olhar voltado para trás. Pelo que foi e contra o que foi e anuncia o que será."(Eduardo Galeano)
5 - "Não há história pura, não há história imparcial. Toda história serva à vida, testemunho e compromisso." (José Honório Rodrigues)
6 - "A história é um processo dinâmico, dialético, no qual cada realidade traz dentro de si o princípio da sua própria contradição e que gera a transformação constante na História é a luta de classe."(Karl Marx)
7 - "A realidade do social, a realidade fundamental do homem revê-la inteiramente nova aos nosso olhos e, queiramos ou não, nosso velho ofício de historiados não cessa de brotar e de reflorir em nossa mãos (...) Sim quantas mudanças!(...) Todas as Ciências Sociais, inclusive a História, evoluíram, igualmente de maneira espetacular, mas não menos decisiva." (Fernando Braudel)
8 - A História é a substância da sociedade. (Agnes Heller)